Patrimonio Histórico
Patrimônio Histórico
A cultura cafeeira contribuiu sobremaneira para a ascensão econômica do Município. Toda essa riqueza proporcionou aos jauenses um padrão de vida elevado, mesmo para os menos abastados era acessível construir residências com razoável qualidade construtiva e estética, fruto do trabalho meticuloso dos artesãos construtores, em sua maioria, imigrantes italianos. Graças ao empenho dos desbravadores, dos imigrantes e de todos aqueles que aqui chegaram e estabeleceram-se, Jahu ainda é uma cidade pujante, de paisagem urbana acolhedora, que conta com um belíssimo, rico e bem preservado patrimônio arquitetônico em estilo eclético, construído entre o fim do século XIX e o início do XX, nacionalmente conhecido, respeitado e estudado no meio acadêmico brasileiro. Jahu possuí em torno de 350 casarões preservados por lei
Monumento a João Ribeiro de Barros
Natural de Jahu - SP, nascido aos 04 de abril de 1900, Herói Nacional, Herói Jauense, João Ribeiro de Barros tornou-se em 1927, aos 27 anos, o primeiro piloto das Américas a liderar uma travessia aérea da Europa para a América do Sul – Gênova (Itália) a Santo Amaro (São Paulo – Brasil), no dia 28 de abril de 1927, cruzando o Oceano Atlântico sem escalas nem ajuda de navios, em seu Hidroavião, o Jahu.
A cidade reverencia a ato heroico de João Ribeiro de Barros com diversas programações envolvendo os estudantes do município em trabalhos artísticos e culturais, poemas, desenhos, redações, premiações e apoio de outros órgãos e entidades parceiras.
A celebração cívica acontece anualmente todo dia 28 de abril e as horarias acontecem na Praça Siqueira Campos, onde está construído um monumento em homenagem ao aviador. Permanentemente o local é objeto de estudos, matérias jornalísticas, visitações guiadas em acompanhamento a estudantes da rede municipal de ensino. Ainda, curiosos, historiadores e estudiosos promovem trabalhos, teses e preservam viva a trajetória do herói jauense, consagrado em todo o país.
Muitos são os locais, rodovias, prédios públicos, que levam o nome do aviador João Ribeiro de Barros, inclusive tramita no Congresso Nacional projeto para consagrar o herói de Jahu no Panteão Nacional, o mais alto grau de reconhecimento e honrarias por feitos históricos nacionais.
Catedral de Nossa Senhora do Patrocínio
Sua fundação ocorreu em 15 de agosto de 1853, festa da Assunção de Nossa Senhora, tendo como Padroeira Nossa Senhora do Patrocínio, cuja imagem primitiva lá chegou nesse mesmo dia, trazida de Itu. De início, a futura Matriz de Nossa Senhora do Patrocínio era um pequeno e modesto templo, construído pelo sistema de taipa de pilão. No dia 24 de novembro de 1895 foi lançada a pedra fundamental do novo templo. Essa data é considerada o marco inicial da Catedral. Daí a comemoração de seu centenário em 1995. A Catedral de Nossa Senhora do Patrocínio é um dos prédios de Jaú que mais chama a atenção, não só por seu valor arquitetônico, mas também por seu significado histórico e religioso.
Sua arquitetura é de estilo gótico, bem caracterizado pelas abóbodas em forma de ogivas, pela divisão em nave central e duas laterais e pelos vitrais bastante decorados. Internamente, o teto, as paredes e os painéis foram pintados pelos artistas Orestes Sarcelli e Carlos de Servi, em 1921. Em 1964 os painéis foram restaurados, tendo sido mudadas as gravuras pelo famoso casal Makk, o que conferiu à igreja um majestoso aspecto interno. O órgão do templo, que apresenta muitos recursos, foi construído em 1914 na Alemanha. Os sinos, que até hoje batem as horas e meias horas. São eles em número de cinco, pesando respectivamente, em ordem crescente, 350, 650, 870 quilos, uma e três toneladas. Este último tem a função de marcar as horas certas. A Catedral, é muito frequentada pelos fiéis que fazem visitas ao Santíssimo Sacramento e vão pedir graças à gloriosa Padroeira.
Considerada como um dos pontos turísticos mais importantes de Jahu, a bela Matriz mantém sua arquitetura e mobília e decoração originais. Imponente, destaca-se no meio do largo que leva o nome da Padroeira da cidade, Nossa Senhora do Patrocínio. A igreja, instituída Diocese no dia 26 de junho de 2024, pelo Papa Francisco, passa a ser a grande referência regional, simbolismo da fé cristã, atraindo ainda mais religiosos, fiéis, população e turistas para a visitação da sua história e atrativos. O Bispo nomeado para a cidade de Jahu à frente da Catedral Nossa Senhora do Patrocínio é Dom Francisco Carlos da Silva.
Mercado Municipal
Construído em estilo renascentista italiano, e inaugurado em 1899 o Mercado Municipal é um marco de grande importância para o comércio e patrimônio histórico cultural de Jaú. Ao longo desses anos de história, o mercado serviu de entreposto comercial até bem pouco tempo.
Segundo historiadores do período, era no Mercado Municipal que os agricultores da região vinham comercializar os seus produtos com a população da cidade.
Nos anos 90, a obra foi completamente reformada depois que um incêndio quase destruiu o local. Os responsáveis pela restauração e reconstrução do Mercado Municipal, no entanto, procuraram manter todas as características arquitetônicas, preservando e garantindo o projeto original.
Jahu Clube Centro
Localizado no centro da cidade, na esquina das Ruas Major Prado com Amaral Gurgel, se destaca a sede do Jahu Clube.
Embora, enquanto sociedade civil tenha sido fundado em 30 de Abril de 1915, sua sede foi concluída em Maio de 1917, e inaugurada no dia 12 de Outubro do mesmo ano.
O prédio traz o estilo neoclássico com forte influência inglesa e foi projetado através do escritório de Ramos de Azevedo, que possuía maior prestígio no Estado de São Paulo naquela época. A influência europeia da construção pode ser constatada pela localização do prédio, na esquina, e pelas “mansardas”, quer dizer, o último andar de uma edificação, formado pela inclinação inferior do telhado. A decoração entre as janelas, e os frontões triangulares sobre elas, lembram muito o neoclássico. Historicamente têm destaque por ter sido sede de um dos mais importantes grupos políticos da cidade de Jaú, os “vicentistas”. Tanto é que a fundação do clube foi encabeçada por uma das principais lideranças da época, o “Coronel” Francisco de Paula Almeida Prado, que foi seu primeiro presidente. O prédio é tombado pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Jahu (Conppac).
Colégio São Norberto
Fundado em 1899 como associação Atheneu Jahuense, com o intuito de ofertar aos jovens da época a estudarem na própria cidade. A planta dos dois prédios foi levantada pelo engenheiro belga, Dr. João Lourenço Madein, que foi também o autor da planta da Catedral de Nossa Senhora do Patrocínio.
As portas para o primeiro ano letivo em 1901, no entanto, só para meninos e manteve seu funcionamento por 10 anos. Devido a sua extinção, a Prefeitura Municipal de Jahu torna-se proprietária do educandário, que cedeu os direitos sobre o Instituto de Ensino à Mitra Diocesana de São Carlos, por noventa anos a contar de 1916 e instalou no prédio o Colégio Diocesano. Em 1948 recebeu o nome de Colégio São Norberto, por uma lei municipal, hoje tombado e considerado um dos patrimônios históricos da cidade de Jaú. O Colégio teve nível comparado aos melhores colégios do país, como o Colégio Dom Pedro II, no Rio de Janeiro, considerado o de melhor nível do Brasil no início do século passado. Em 1968 o Colégio encerrou suas atividades. Hoje funciona como Abadia dos padres premonstratences de Jaú. No ano 2000, durante o Capítulo Geral, em Roma, o Priorado foi elevado à dignidade de Abadia, recebendo como lema “Per crucem ad lucem”.
Estação do Som
A Estação Ferroviária de Jahu, foi construída no ano de 1941, especialmente para a linha nova retificada, substituindo a antiga estação de Jaú, aberta em 1887. Os trens que trafegam pela estação hoje transportam exclusivamente cargas e não disponibilizam do embarque e desembarque de passageiros na plataforma da cidade. Hoje o prédio histórico da Estação Ferroviária é sede da Secretaria de Promoção e Igualdade Racial.
Denominada Estação do Som e das Letras, abriga incontáveis atividades culturais, feiras, eventos, estando em constante movimento, além de ser um belo cenário para ensaios fotográficos. Moradores e turistas diariamente buscam pelo local para avistar a passagem do trem conhecer o local, relembrar momentos e colecionar memórias dos áureos tempos dos transportes ferroviários, quando a cidade ainda contemplava a estação e os trens de passageiros.
Praça da República - Jardim de Baixo
Praça onde ocorrem feiras de artesanato, apresentações culturais, eventos e ações sociais. São poucas as informações existentes sobre a origem da Praça da República, devido falta de registros. Sabe-se, porém, que seu primeiro nome foi Largo do Rosário, por haver uma capela nas proximidades. A partir de Novembro de 1909, teve início o serviço de pavimentação das principais ruas e praças da cidade com paralelepípedos de granito, por iniciativa do então prefeito, Constantino Fraga.
O calçamento do Largo se deu em 1910. O projeto da praça em forma de Peixe, tal como ainda é hoje, em homenagem ao Peixe Jahu, é também dessa época, embora tenha recebido muitos cortes para passagem de pedestres e suas obras finalizadas somente em 1915. Além do Coreto, também finalizado em 1915, onde por muito tempo se apresentava aos domingos a Banda Carlos Gomes, e do repuxo, que é adornado pela estátua do “Manequinho”, inspirada em obra idêntica que se encontra na Praça Central de Bruxelas, capital da Bélgica, o “Menekken Pis” (menino fazendo xixi), essa Praça tem dois monumentos: uma águia, oferecida a João Ribeiro de Barros pela Colônia Sírio-Libanesa, em 3 de Junho de 1928, e outro que homenageia os combatentes jauenses da Revolução Constitucionalista de 1932, inaugurado em 1965. Por fim, na década de 1930, foram construídos banheiros públicos. A partir de Agosto de 1910, na administração de Constantino Fraga, a praça recebe o nome que ostenta até hoje, de Praça da República, seguido mais tarde por seu apelido “Jardim de Baixo”.
Estação Rodoviária
A Estação Rodoviária de Jaú foi inaugurada em 13 de Agosto de 1976, como parte das comemorações de 123 anos da cidade. Ela foi idealizada e construída na gestão do então Prefeito Waldemar Bauab.
A solenidade contou com a presença do Presidente da República Ernesto Geisel, o primeiro do país a visitar oficialmente o município. Um público estimado de 20 mil pessoas acompanhou a visita do general e a inauguração da moderna edificação, que foi projetada pelo renomado arquiteto João Batista Vilanova Artigas, ícone da arquitetura moderna. A Estação, construída em concreto armado e vidro, destaca-se por seus pilares e domus.
Foi erigida no local em que funcionava a antiga Estação Ferroviária da Companhia Paulista, desapropriada na gestão do prefeito Jarbas Faraco. Antes de sua inauguração, as empresas de ônibus tinham seus guichês espalhados pela cidade e seus carros costumavam ser estacionados ao longo da vias públicas. Todo o material e execução da obra foram custeados e levados a efeito pela própria prefeitura. A construção levou menos de 3 anos e o trabalho foi intenso, tendo em vista que o presidente Geisel já tinha data confirmada em sua agenda para inaugurá-la.
Casa da Cultura
O antigo Balneário Municipal de Jaú, atual Centro Recreativo Balneário Aristides Coló, de 1975, é um projeto de autoria do arquiteto João Batista Vilanova Artigas e se destaca por sua solução arquitetônica e urbanística que dialoga com a cidade por meio da permeabilidade do edifício, a fluidez dos ambientes e pelo inusitado desenho da estrutura e das formas. A ênfase na planta circular é fruto da abertura da cidade de Jaú à produção arquitetônica dos anos 1970, quando vários arquitetos, dentre eles o próprio Vilanova Artigas, foram contratados para realizar projetos inovadores e contemporâneos. Sua importância arquitetônica garantiu o tombamento do prédio pelo órgão Estadual, Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo), através da Resolução 67 de 21/06/2016. O nome dado é uma homenagem a figura pública jauense que foi vereador suplente no mandato de 1964 a 1968, pelo Partido União Democrática Nacional (UDN), depois vereador eleito no mandato de 1969 a 1972 pelo ARENA-1 e, por fim, eleito pela mesma legenda para o mandato de 1973 a 1977. Porém, esse último não foi cumprido, sendo que faleceu em 20/08/1973